terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Salmão em Molho de Passas, Laranja e Vinho do Porto

Finalmente estou de volta, depois de duas semaninhas bem atribuladas por aqui! Primeiro foi o temporal que nos deixou sem luz uns dias e depois, como achei que ainda podia melhorar o panorama, resolvi apanhar uma valente gripe que me deixou de cama o resto da semana... Bem, pelo menos o timing até não foi muito mau, já que quando a coisa me pegou já havia aquecimento em casa e a chaleira já funcionava... É que por cá tudo na minha cozinha funciona a eletricidade. Placa, forno, etc, etc, etc. Tudinho, portanto.

Enfim, mas o pior já passou e ainda venho a tempo de dar os parabéns à Lenita com este prato!!
É uma receita simplesmente maravilhosa, o salmão fica com um sabor e uma textura únicos, as lascas soltam-se suavemente umas das outras e o aroma é divinal!
A ideia veio de um episódio de um programa de culinária dos anos 90 que adorava ver, "Two Fat Ladies", duas senhoras bem robustas que se passeavam pelo Reino Unido numa fantástica mota com side-car. Na receita original apenas é utilizado vinho tinto, mas eu desta vez experimentei com vinho do Porto e com as passas e acho que ficou ainda melhor!
A laranja, neste caso, serve apenas como tempero, está lá para conferir sabor ao peixe e ao molho, mas não deve ser consumida, já que se torna amarga pela absorção do vinho.
Vale bem a pena experimentar esta receita, por cá já a fiz várias vezes e é sempre uma delícia, mas atenção que o vinho deve ser de qualidade, qualquer um que gostem de beber! Há tempos até fiz com um Lambrusco tinto que tinha sobrado de um jantar e resultou às mil maravilhas!:)
E a boa notícia é que se faz num instante, sem grande trabalho ou acrobacias culinárias!
É, na opinião do meu marido, um dos melhores pratos de salmão! (eu acho que é graxa, mas como sabe bem, acredito eheheh)

Mesmo no limite, aqui fica a minha participação no passatempo do aniversário do blogue Tentações sobre a Mesa da Lenita:)
Ingredientes (2 pessoas):
1 lombo de salmão fresco com a pele
sal e pimenta acabada de moer q.b. (usei um moinho de pimenta preta e branca)
noz moscada moída na hora q.b.
1 mão cheia de passas
1 laranja grande ou 2 pequenas
1 copo de vinho do Porto
1 copo de vinho tinto (de aroma agradável, não usem vinho carrascão aqui)
1 raminho de cebolinho fresco

Coloque o lombo de salmão com a pele virada para baixo numa frigideira ou caçarola anti-aderente. Tempere de sal, pimenta acabada de moer e rale um pouco de noz moscada.
Descasque a laranja, corte-a em rodelas e disponha-as em volta do salmão, cobrindo-o ligeiramente nas extremidades. Junte as passas, regue com o vinho do Porto e com o vinho tinto, cubra bem a frigideira com papel de alumínio e leve ao lume. Assim que sentir ferver, reduza o lume para o mínimo e deixe cozinhar cerca de 15 minutos.
Findo esse tempo, desligue, retire a folha de alumínio com cuidado para não se queimar com os vapores, polvilhe com o cebolinho fresco picado e sirva de imediato.

Relembro que a laranja aqui apenas serve como tempero, não sendo servida, pois como absorve o sabor do vinho, torna-se amarga.
Fica uma delícia a acompanhar um puré de batata:)

Bom Apetite! 


sábado, 12 de janeiro de 2013

Raviolis de Abóbora e Queijo Manchego com Salva, Sementes de Abóbora e Pinhões

Neste Natal finalmente chegou à minha cozinha uma máquina de massas!! Andava desertinha para lhe dar uso desde que lhe pus as mãos em cima, mas com as festividades essa alegria andava a tardar realizar-se.
No fim de semana passado lá consegui experimentá-la, com o pretexto de utilizar ingredientes que precisavam urgentemente de um fim e estou rendida!!
Na festa de Fim de Ano, uma das entradas que fiz foi uma salada de abóbora assada (assei a abóbora exatamente como explico aqui e servi-a sobre folhas de rúcula) e como me sobrou uma enorme metade dessa beleza, resolvi repetir a proeza para rechear uns belos raviolis! Inicialmente pensei em combinar este recheio com queijo ricotta, mas como tinha montanhas de queijos a gritar por mim no frigorífico, entre os quais o Manchego, lá resolvi dar-lhe também utilidade.
A ideia era fotografar os passinhos todos, com a máquina e as folhas e o recheio... Mas como euzinha me consigo cobrir de farinha dos pés à cabeça nestas andanças, acabando por cobrir também uma grande parte da superfície da minha cozinha, achei por bem não colocar em perigo de vida a minha adorada máquina fotográfica... Com ajuda teria sido mais seguro, mas o marido tinha desmaiado no sofá e eu, que sou uma santa de esposa (eheheh), resolvi não o ir melgar. :)) Mas como estou a contar fazer raviolis muitas mais vezes, fica aqui a promessa de que da próxima coloco aqui o passo a passo.
Esta foi a minha primeira experiência com massas frescas e a receita da massa que usei é do Jamie Oliver, aparece em quase todos os livros dele. Segui à risca todas as instruções e conselhos que dá e não é que correu bem?? Como é que eu demorei tanto tempo a descobrir o mundo maravilhoso das massas frescas caseiras, não sei, mas acho que encontrei uma paixão para a vida!:)

Ingredientes (2 a 4 pessoas, conforme o apetite):

Massa:
300g de farinha fina sem fermento tipo T55
3 ovos
farinha para polvilhar (eu usei de milho)

Recheio:
1/2 abóbora manteiga (se for muito pequena, pode ser uma inteira)
sal q.b.
pimenta preta acabada de moer q.b. (usei a nova da espiga com limão)
vinagre balsâmico q.b. (usei em spray)
sementes de abóbora a gosto*
folhas de salva fresca a gosto
azeite q.b.
1 raminho de orégãos frescos
fatias de queijo Manchego q.b.

Molho:
2 colheres de sopa de azeite (ou a gosto)
1 colher de sopa bem cheia de sementes de abóbora (ou a gosto)*
1 colher de sopa bem cheia de pinhões (ou a gosto)
folhas de salva fresca
queijo Parmesão  ralado na hora para finalizar

Massa:
Método tradicional - Coloque a massa numa tigela, abra uma cavidade no centro e parta para lá os ovos. Com a ajuda de uma colher de pau comece a envolver, sempre pela extremidade da tigela, até que se comece a formar a massa. Acabe de envolver à mão até formar uma bola, envolva-a com papel aderente e leve ao frigorífico uma hora.
No processador de alimentos - Coloque a farinha na taça, junte os ovos e ligue o processador. Em cerca de 30 segundos deve começar a formar-se uma bola. Retire e envolva a bola em papel aderente e coloque no frigorífico uma hora.

Recheio:
Ligue o forno a 200ºC.
Corte a abóbora em fatias finas, sem a descascar mas limpa de sementes, e disponha-as num tabuleiro de forno. Tempere com sal, a pimenta acabada de moer e borrife com o vinagre balsâmico. Espalhe algumas sementes de abóbora por cima, algumas folhas de salva fresca e regue tudo com um pouco de azeite.
Leve ao forno até a abóbora estar macia.

Divida a bola de massa em duas partes, espalme uma delas um pouco sobre um superfície bem enfarinhada e comece a passá-la na máquina de massas na espessura mais grossa. Repita o procedimento, tendo o cuidado de ir polvilhando as folhas de massa com farinha à medida que as passa, até chegar à espessura mais fina. Se não tiver máquina, também pode fazê-lo manualmente com o rolo da massa, mas não deverá conseguir uma espessura tão fina.
Disponha uma das folhas sobre a bancada e comece a rechear:

Quando a abóbora estiver assada, retire do forno e deixe arrefecer um pouco.
Comece então a picar, com a faca, os pedaços de abóbora assada com as sementes e juntamente com o raminho de orégãos e mais algumas folhas de salva fresca.
Disponha pequenas porções deste preparado sobre a massa, deixando algum espaço entre cada porção. O ideal será fazer em conjuntos de 4 de cada vez. Corte o queijo Manchego em pedaços e coloque um pouco sobre cada porção de abóbora.
Pincele a massa com água à volta de cada preparado e disponha outra folha de massa sobre a base com o recheio. Com a mão em concha molde-a a cada porção por forma a evitar a formação de bolhas de ar.
Com um cortador de massas, recorte as almofadas de massa recheada.
Repita o processo até acabar o recheio. Como me sobrou massa, congelei-a para utilizar noutro dia.

Leve os raviolis a cozer num tacho com bastante água a ferver e temperada de sal, por cerca de 4 minutos.
Reserve.

Molho:
Numa frigideira anti-aderente, aqueça o azeite e junte as sementes de abóbora, os pinhões e as folhas de salva fresca. Deixe ferver cerca de 2 minutos e reserve.

Sirva os Raviolis regados com este molho e com queijo Parmesão ralado na hora.
Bom apetite!!!

*As sementes de abóbora que usei são de compra.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Um Novo Ano Saudável e Cheio de Cor!

Novo ano, vida nova.
Novos caminhos, novas resoluções.
Como se se virasse a página de um livro.
Este ano é que vai ser bom! Vai ser "O" ano! Vou fazer isto e aquilo, conseguir tal e alcançar metas, muitas metas!!
Ai tantas esperanças e emoções se viveram de repente ao soar das doze badaladas!! As passas foram devoradas, os desejos avidamente conjurados e gritados pelas nossas alminhas sedentas de mudança! 
Pelo menos assim foi a minha meia noite. Chegou linda e cintilante cheia de promessas de desejos realizados e objetivos cumpridos... Por breves momentos o meu coraçãozinho acreditou que sim. Este é o ano. 
Mas se não for, há sempre o próximo que há-de chegar imponente e majestoso para renovar as energias gastas em mais 12 meses de vãs ilusões.

Desejo-vos um 2013 cheio de luz, cor e muitas alegrias! Com saúde, amor e uma boa dose de determinação, tudo o resto se arranja:)   

Creme de Beterraba Assada
A beterraba é uma excelente aliada para desintoxicar o corpo depois de todos os excessos cometidos nesta época de festas. Ajuda a tonificar e proteger o fígado, a reduzir o colesterol e a purificar o sangue. É pobre em calorias e rica em ácido fólico (essencial na gravidez), ferro, vitamina C e potássio. Mais informação aqui e aqui.

Ingredientes:
3 beterrabas pequenas com casca
1 cabeça de alhos com casca
1 cebola roxa grande descascada
a parte branca de 1 alho francês grande (ou de 2 pequenos)
1 cenoura grande (ou 2 pequenas) descascada
1 courgette pequena com a casca
sal q.b.
azeite q.b.
1 colher de sopa de vinagre de vinho tinto
água a ferver q.b. (ou caldo de galinha ou legumes)
1 colher de sopa de açúcar amarelo (opcional)
1 raminho de cebolinho fresco ou de endro para finalizar
crème fraîche ou iogurte natural para finalizar
Sementes de sésamo pretas para finalizar (opcional)


Ligue o forno a 200ºC.
Disponha as beterrabas com a casca sobre uma folha de papel de alumínio, borrife com um fio de azeite e feche como se fosse um embrulho.
Leve ao forno cerca de 1h30m.
Quando faltarem 30m minutos, coloque a cabeça de alhos com a casca também embrulhada em papel de alumínio no forno.
Findo o tempo de cozedura, retire e deixe repousar uns 10 minutos antes de abrir os embrulhos, o que deve ser feito com grande cuidado, uma vez que o vapor retido pode queimar as mãos. Deixe arrefecer um pouco as beterrabas, descasque-as e corte-as em cubinhos.

Numa panela grande, aqueça um fio de azeite e refogue a cebola picada. Quando começar a ficar translúcida, junte o alho francês cortado em rodelas, a courgette com a casca e a cenoura, ambas cortadas em triângulos. Deixe suar um pouco em lume brando até os legumes começarem a amolecer e regue com o vinagre de vinho tinto. Assim que este evapore um pouco, cubra os legumes com água a ferver (ou caldo), tempere de sal marinho a gosto e deixe cozer durante cerca de 10 minutos. Acrescente então os cubos de beterraba, corte a extremidade da cabeça de alhos e esprema os dentes assados para a panela.
Quando levantar fervura acrescente o açúcar, se gostar (isto vai cortar um pouco a acidez da beterraba) e deixe cozer mais 5 minutos, até todos os legumes estarem macios.
Retire a panela do lume e reduza tudo a puré com a varinha mágica. Acrescente mais água a ferver, conforme goste da sopa mais ou menos cremosa e deixe repousar uns 10 minutos.
Sirva em taças com um colher de sopa de crème fraîche ou de iogurte natural, polvilhado com cebolinho ou endro picado e com sementes de sésamo pretas, previamente tostadas.

Bom Apetite! :)


domingo, 23 de dezembro de 2012

Um Feliz Natal com umas Bolachinhas :)

Há dias apercebi-me que me escapou um evento importantíssimo... O primeiro aniversário do meu blogue!!
Foi no dia 3 de dezembro que inaugurei este espaço, cheia de entusiasmo e vontade de mostrar ao mundo a magia que sinto quando estou com os meus tachos e panelas.
A primeira receita que aqui partilhei foi um frango assado com marmelos. Pois eu acho que lá pelos aléns me fartei de receber sinais para não me esquecer de tão marcante data, já que precisamente no dia 3 de dezembro deste ano publiquei uma tarte de marmelo e maçã!! A verdade é que tenho desenvolvido um amor incondicional pelos marmelos. E pasmem-se as almas e os santos, que eu descobri que ADORO marmelada!!! Sim!!! (Pelo menos adorei a minha, eheheh) :)
Desde que escrevi este último post, que a ideia me começou a assolar - Mas será que continuo a não gostar de marmelada? Não estará na altura de a voltar a provar para ter a certeza??
E assim foi. E fiz!!  Confesso que um pouco às apalpadelas no início, guiando-me apenas pelo instinto, mas rapidamente ganhei confiança, assim que vi formar-se um fabuloso caramelo em torno dos pedaços de marmelo... (até rimou!!) Simplesmente divinal!
Como estamos em pleno Natal, utilizei este néctar dos deuses para rechear umas bolachinhas amanteigadas de gengibre. E pode dizer-se que não podia ter feito melhor casamento!! :)
 
Desejo a todos um Santo e Feliz Natal, que esta época venha recheada de alegria, saúde e amor!

Bolachinhas Amanteigadas de Gengibre com Marmelada
Ingredientes:
Para a massa:
250g de manteiga amolecida
1 pitada de sal
130g de açúcar amarelo
1 pacote de açúcar baunilhado
1 colher de chá de gengibre em pó
raspa de 1/2 limão
2 gemas de ovo
400g de farinha com fermento

Para a marmelada:
2 marmelos grandes (320g de fruta descascada)
160g de açúcar amarelo
1 pau de canela
1 estrela de anis
casca de limão (1 bom pedaço)
água q.b.

Coloque a manteiga amolecida numa tigela juntamente com o sal, o açúcar amarelo e baunilhado, o gengibre e bata bem com a batedeira com as varas de amassar até ficar tudo bem envolvido. Acrescente as gemas e a raspa de limão e continue a bater. Adicione aos poucos a farinha peneirada e acabe de amassar com as mãos até formar uma bola. Envolva a massa em película aderente e coloque-a no frigorífico durante pelo menos uma hora.

Descasque os marmelos e corte-os em cubinhos pequenos. Coloque-os num tacho ao lume com o açúcar, o pau de canela, o anis, a casca de limão e um pouquinho de água. Assim que começar a fervilhar mexa e deixe formar caramelo. Adicione mais um pouco de água e vá mexendo com alguma frequência, para não pegar até a fruta estar cozida e o líquido bem caramelizado. Quando a fruta estiver pronta, retire o pau de canela, a estrela de anis e a casca de limão e reduza tudo a puré com a varinha mágica. Reserve.

Aqueça o forno a 200º e forre um tabuleiro com papel vegetal.
Polvilhe a bancada com farinha, divida a massa em duas metades e estenda cada uma delas com cerca de 0,5cm de espessura. Com a ajuda de cortadores de bolacha, recorte vários discos no formato que pretender e transfira-os para o tabuleiro. Se gostar, recorte os centros de metade dos discos para que o recheio fique à vista. Leve o tabuleiro ao forno até as bolachas ficarem douradinhas (menos que 10 minutos). Eu utilizei o tabuleiro do forno e precisei de quatro fornadas.
Deixe as bolachas arrefecerem totalmente sobre uma rede antes de as rechear.

Bom Apetite e Boas Festas!!
Já se ouvem os guizos do trenó do Pai Natal :)

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Convidei um Templário para Lanchar


Quando vi o tema desta 9ª edição do "Convidei para Jantar", lançada pela anfitriã Marmita, que nos desafia a convidar uma cidade ou país do nosso coração, toda a minha atenção se focou numa e somente nesta pequena manchinha do mapa português.
Pois não podia ser outra cidade senão Tomar.

Decorria o ano de 2003 quando num certo dia do mês de Dezembro, pela primeira vez, conduzi até essa bela terra com a intenção de jantar com aquele que hoje é o meu marido.
Na minha barriga voavam mil e uma borboletas que me faziam oscilar entre o nervosismo e o entusiasmo de o voltar a ver. Afinal, era tudo muito recente!
Nunca mais me esqueci da ementa escolhida e nunca mais me esqueci do copo de água que, sem querer, despejei por mim abaixo, por mero erro de cálculo quando o ía para beber, e que me deixou tremendamente encarnada.:)
Bem, a verdade é que depois disto ele não fugiu e este foi o primeiro de muitos jantares partilhados durante todos estes anos na bela cidade de Tomar, pois antes de casarmos cada um vivia na sua cidade, apenas nos encontrando ao fim de semana, que alternávamos entre uma e outra morada.

E assim escolhi esta pequena pérola ribatejana, pois foi por lá que cresceu e viveu o tal que me veio roubar o coração, o meu cavaleiro andante, qual templário de armadura brilhante!

Quem visita a cidade de Tomar não pode deixar de ir explorar o Convento de Cristo, classificado património mundial pela UNESCO e inserido dentro das muralhas do Castelo dos Templários, cuja construção se iniciou em 1160 por Dom Gualdim Pais, mestre da Ordem do Templo e fundador da cidade. Este complexo monumental abrange ainda a Mata dos Sete Montes, um local pleno de paisagem histórica.
Também digno de referência é o Aqueduto dos Pegões, edificado para abastecimento do Convento, e a encantadora igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Já em pleno centro, ninguém fica indiferente à magnífica paisagem do rio Nabão com a ponte romana que o atravessa, nem tão pouco à roda hidráulica do Mouchão e ao lindo Parque da Cidade. Por aqui se encontra também a Praça da República com a bonita Igreja de São João Baptista, o monumento ao Cavaleiro Templário, Dom Gualdim Pais, e os Passos do Concelho. Mais informação aqui, aqui e aqui.

 
E claro, é imperdível a maravilhosa Festa dos Tabuleiros, uma festa que se realiza de quatro em quatro anos e culmina com um imponente cortejo, onde desfilam inúmeros tabuleiros que representam as dezasseis freguesias da cidade. Estes tabuleiros são transportados à cabeça por raparigas vestidas a rigor, devendo a sua altura ser a mesma delas, e são constituídos por trinta pães enfiados em cinco ou seis canas que partem de um cesto de vime ou verga, rematados ao alto por uma coroa encimada pela Pomba do Espírito Santo ou pela Cruz de Cristo. São ainda enfeitados por flores e espigas de trigo e podem atingir mais de 20 kg de peso!
Imaginem só transportar este peso pelos 5km de percurso, com as paragens características dos cortejos e os humores meteorológicos da natureza!!
As raparigas são sempre acompanhadas por um rapaz, que lhes dá apoio e, caso seja necessário, transporta sobre o ombro o tabuleiro. Mais sobre a festa aqui.

Como dizia o outro, já fui muito feliz em Tomar e por isso decidi fazer um pão, neste caso um brioche, em forma de flores como homenagem à linda festa dos Tabuleiros!

E é uma verdadeira maravilha que trouxe do blogue da querida Duxa, um espaço cheiinho de receitas de fazer crescer água na boca!
Este brioche quentinho é qualquer coisa de divino, um caracol destes devora-se num abrir e fechar de olhos, tempo suficiente para se sonhar com o seguinte!

Brioche com Recheio de Açúcar e Canela, Passas e Amêndoa 
(receita original aqui)

Ingredientes: 

Para a Massa:
250g de leite ligeiramente morno
100g de margarina amolecida (usei vaqueiro)
2 ovos ligeiramente batidos
1 colher de sopa de essência de baunilha
50g de açúcar
1 colher de chá de sal
660g de farinha de trigo T65 
1 saqueta de fermento (são necessários cerca de 6g, ou seja, em algumas marcas é meia saqueta) 

Para o recheio:
Margarina q.b. com a consistência de pomada
úcar amarelo q.b.
Canela em pó q.b.
Passas e amêndoas palitadas q.b
1 ovo ligeiramente batido para finalizar

Preparação da Massa:
Na MFP - Coloque na cuba os ingredientes pela ordem indicada e programe a máquina para massas levedadas.
Método Tradicional - Coloque a farinha numa tigela, faça-lhe uma cova no centro e junte o fermento previamente dissolvido no leite, a manteiga amolecida cortada em cubinhos, os ovos, a baunilha, o açúcar, o sal e amasse tudo muito bem até a massa se descolar das paredes. Polvilhe com um pouco de farinha e leve a massa a levedar cerca de 1h em local soalheiro e tapada com um pano grosso.

Unte uma forma de mola (26cm) com manteiga e polvilhe com farinha.

Divida a massa em duas partes e estenda cada uma delas sobre uma superfície enfarinhada, formando dois retângulos.
Barre cada um deles com a margarina e polvilhe com o açúcar amarelo, a canela, as passas e as amêndoas a gosto.
Enrole com cuidado como se faz com as tortas e pincele cada um dos rolos com o ovo ligeiramente batido. Com uma faca bem afiada corte "fatias" com cerca de 3 dedos de espessura e disponha-as com o interior voltado para cima na forma, começando do centro para fora e bem juntas umas das outras. Possivelmente não irá encher toda a forma até às extremidades, mas não há problema, a massa ainda vai crescer e acabar por ocupar esse espaço. Pincele a superfície com o que restar do ovo batido.
Tape a forma com um pano e deixe levedar cerca de 30 minutos, ou até a massa dobrar de volume. Eu liguei o forno no mínimo (40ºC) durante cinco minutos, desliguei e coloquei a massa a levedar lá dentro, retirando passados 20 minutos.
  
Ligue o forno a 180ºC e coloque um tabuleiro com água no interior, para garantir a humidade durante a cozedura. 
Quando atingir a temperatura desejada, leve a massa a cozer cerca de 25 minutos, tendo o cuidado de cobrir a forma com uma folha de papel de alumínio nos primeiros 15 minutos, destapando depois para dourar a superfície do brioche.
Quando estiver cozido (faça o teste do palito), retire do forno e se gostar de um acabamento brilhante pincele com geleia de marmelo ou mel, enquanto ainda estiver quente. Eu não o fiz, pois gosto só assim

É uma autêntica delícia!! 


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Tarte de Marmelo e Maçã com Amêndoas

Não sou grande fã de marmelada... Nem nunca fui, aliás.
Ainda me lembro da hora do lanche na minha escola, em que me depositavam na frente um prato com uma fatia de pão barrado com uma infeliz camada de marmelada... Não foram poucas as vezes em que essa fatia acabou sorrateiramente semeada debaixo da mesa da cantina. E não foram poucas as vezes em que acabei muito chorosa por ter que engolir o malfadado pão perante o olhar reprovador da professora.
Por esse motivo dei comigo a matutar para com os meus botões, por que razão teria eu trazido aquela "sacada" de marmelos do mercado para casa... Eles são lindos, são... Mas se eu não gosto de marmelada...!!!

O tempo frio exige forno ligado e cheiro a bolo pela casa. E eu decidi fazer-lhe a vontade e fiz esta tarte, uma pequena maravilha saboreada num dia em que o sol sorriu e por momentos abraçou com os seus doces raios um dia pleno de outono:)
Ingredientes:
Massa areada:
300g de farinha (com fermento)
140g de margarina à temperatura ambiente
60g de açúcar
60g de água gelada (ou um pouco mais)
1 pitada de sal

Recheio:
4 marmelos grandes
8 colheres de sopa de açúcar amarelo
2 paus de canela
1/2 limão - casca e sumo
100ml água
250ml (1 copo) de vinho moscatel
2 ou 3 maçãs
canela em pó q.b. para polvilhar
1 colher de sopa de açúcar para polvilhar
amêndoas palitadas q.b. para polvilhar



Coloque a farinha numa taça juntamente com a margarina em cubinhos e com a ponta dos dedos misture e ligue bem. Acrescente o açúcar, a água e o sal e envolva bem até formar uma bola.
Envolva em película aderente e leve ao frigorífico durante pelo menos 30 minutos.
(Pode também utilizar um processador de alimentos: coloque a farinha e a margarina no copo e bata. Junte o açúcar, o sal e ligue novamente o processador. Pela chaminé, sem parar de bater, deite a água. A massa forma muito rapidamente uma bola e está pronta.)

Ligue o forno a 170ºC.

Descasque e corte os marmelos em cubos pequenos. Coloque-os num tacho juntamente com os paus de canela, o açúcar amarelo, a casca de meio limão e regue com o sumo deste.
Leve ao lume, acrescente a água e deixe levantar fervura. Assim que começar a ferver adicione o moscatel e deixe cozer até os marmelos ficarem cozidos (moles mas sem se desfazerem) e o líquido ficar reduzido até se transformar numa espécie de xarope caramelizado com a fruta. Reserve.

Unte uma tarteira de fundo amovível com manteiga.
Retire a massa do frigorífico e numa superfície enfarinhada estenda-a. Eu faço-o com a ajuda de película aderente: coloco sobre a massa uma folha e assim o rolo não cola e é mais fácil estendê-la.
Forre a tarteira com a massa e se necessário apare o excedente (eu não precisei, gosto de saborear a massa areada, parece bolacha!).
Pique o fundo com um garfo e coloque no frigorífico mais 10 minutos (todo este processo se faz enquanto a fruta coze, portanto não há grandes perdas de tempo).

Recheie a massa com o preparado caramelizado de marmelos e cubra-o com fatias fininhas de maçã descascada. Polvilhe com a colher de sopa de açúcar, canela em pó a gosto e com a amêndoa palitada.
Leve ao forno cerca de 40 minutos, até a massa e a maçã estarem cozidas.

Esta tarte ficou maravilhosa, fez um enorme sucesso num almoço de família:)

São servidos desta fatia? :)

*Queria ainda pedir a todos desculpa pela minha ausência dos vossos blogues, tem sido complicado gerir o meu tempo e acabo por não vos conseguir visitar tanto quanto gostaria... Mas estou a tentar movimentar terras para alterar isso e espero em breve voltar a ser "cliente" assídua nas vossas casas!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Filetes de Pescada com Bacon em Molho Cremoso

Há dias perguntaram-me qual o meu prato preferido. Qual a receita que mais me faz sonhar e maior alegria me traz à alma e ao coração.
Confesso que por momentos a confusão se instalou na minha cabeça...
Tanto por onde escolher!!
Pois eu até tenho vergonha de admitir, mas há mil e uma receitas que me deixam completamente deliciada, que me fazem crescer água na boca só com a ideia do seu sabor e aspeto!
Quando era miúda, o prato que pedia com maior frequência à minha mãe eram uns belos filetes de pescada. Panados, pois claro, mas só passados em farinha e ovo. E ainda hoje eu deliro com eles, embora seja raro, já que a idade adulta transformou em tabu tudo o que é frito. Ou então foi a balança, agora não me lembro bem...:)
Ora, numa das minhas visitas pelos blogues amigos, que muito me atormentam com tanta coisinha boa, deparei-me com esta receita maravilhosa, com os meus adorados filetes de pescada!!
E não me desiludi, o peixe fica delicioso com este molho cremoso e o bacon fica simplesmente fabuloso.
Pois é, a Sofia só faz inventuras irresistíveis, um passeio pelo blogue dela é um festival para os sentidos! Passem por lá e vejam se não tenho razão! Obrigada Sofia, por esta deliciosa inventura:)


Ingredientes (2 pessoas):
4 filetes de pescada (se forem grandes, bastam 2)
200g de bacon em tiras (eu compro um pedaço inteiro que depois corto no momento a gosto)
sal e pimenta preta acabada de moer q.b.
orégãos q.b.
1/2 limão, sumo
1 pacote de sopa de cebola
250ml de leite meio gordo (ou natas de soja)

Ligue o forno a 180ºC.
Tempere o peixe com sal, pimenta preta acabada de moer, regue com o sumo de 1/2 limão e deixe marinar cerca de 15 - 30 minutos (quanto mais tempo, melhor).
Num tabuleiro refractário coloque o bacon cortado em tiras e leve a tostar no forno. Quando estiver a ficar douradinho, retire e reserve.
Coloque a pescada no tabuleiro sobre a gordura que ficou do bacon.
Misture a sopa de cebola com o leite, para dissolver um pouco o preparado, e deite esta mistura sobre o peixe.
Espalhe as tiras de bacon, polvilhe com os orégãos e leve ao forno. Vá vigiando até os filetes estarem cozinhados, mexendo de vez em quando o molho.

Eu servi acompanhado com um arroz Thai Jasmine.

Bom Apetite!!
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...